
Fiquei pensando
na minha historia profissional...Minha neta disse que eu fiz a diferença para
muitas crianças e essa fala me emocionou profundamente. É verdade!
Quantas historias
da educação infantil deixaram marcas na minha alma...
Logo no inicio
da minha profissão, ainda como estagiária, conheci um menininho japonês e sem
falarmos a mesma linguagem, transbordávamos em afeto. Alguns anos depois a
historia se repetiu com um menino da França e também o contato afetivo foi a
nossa linguagem. Nessa época também tinha uma aluna lourinha de cabelos
cacheados que disse pra mãe: Eu gosto muito da Sheyla porque ela tem um peito
gostoso
(aconchegante).
Sim, sempre fui aquela dos abraços apertados. Como é bom!
Lembro de outro
menino que só na escola fazia cocô . E só eu podia limpar. No inicio, ficava
enjoada mas a psicóloga na época, me orientou que ele me dava de presente o seu
produto e foi assim que construímos nossa relação de confiança. Ele passou a
vir pra escola cada vez mais seguro.
Muitas e muitas
turmas durante 20 anos de educação infantil e eu amava cada grupo a ponto de
chorar no final dos anos. Mas então vinha outra turma e começávamos tudo outra
vez...
Uma vez fui a
escolhida para adaptar uma menina que já tinha sido convidada a mudar de escola
4 vezes e ela tinha somente 5 anos! Pois não é que consegui? Foi muito gratificante
construir um relacionamento dia a dia entre tapas (literalmente, da parte dela)
e beijos. Muita conversa com ela e com a turma explicando que esse comportamento
era uma dificuldade de convivência e que juntos, todos iriamos ajuda-la. E foi
assim que a menina permaneceu nessa escola e nesse grupo ate o ensino médio.
A partir daqui
fui estudar Psicopedagogia e tive a honra como aluna do Ceperj de ter aulas com
o Prof. Jorge Visca. Sempre defendendo o lema do diálogo e do afeto com as crianças e
com as turmas. Acredito que esse seja o motivo das marcas na alma...
Querida Sheyla, este seu relato só vem corroborar com o pensamento que diz que todos, absolutamente, têm professores mas pouquíssimos podem sê-lo. Você é, certamente, dessas pessoas que dignificam esta profissão que, a despeito de seu papel vital para a sociedade, é, atualmente, tão subvalorizada. Sinto-me orgulhoso por tê-la conhecido, convivido e, claro, apreendido muito contigo. Sucesso!
ResponderExcluirMuito emocionada te agradeço de coração!
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